quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os primeiros três dias

Finalmente o pior drama ficou no passado. Já estou há 3 dias em Londres e a primeira coisa que posso dizer é que está muito frioooo! Parando pra pensar, acho que apesar de tudo posso me consideram muito sortuda. Não se assustem com essa frase que acabei de escrever, realmente tive muito azar com tudo o que passei em Madri, mas tive sorte por conseguir chegar em Londres na segunda-feira, porque o voo que peguei foi o primeiro e o último a sair naquele dia. Já pensou se não tivesse lugares suficientes nele? Eu teria mais um dia incerto naquela cidade.
Pisei em território inglês e já fui encaminhada à Polícia Federal, para apresentar-me à imigração. Pensava eu que esta seria a pior parte, visto que existem tantas histórias sobre deportações, problemas para passar por lá sem antes te deixarem muito nervosa e estressada. Mas posso dizer que, depois de tudo que me aconteceu, esta parte foi muito simples, mesmo porque eles não encrencaram comigo. Acho que é porque não tenho cara de terrorista. 
Brincadeiras à parte, foi realmente muito simples. Pensei que iam me perguntar sobre dinheiro, sobre a moradia, que daria algum problema porque eu não ficaria em uma casa indicada pela escola e sim na minha tia. Mas nem tocaram nesse assunto. Me perguntaram porque eu estava em Londres, o que ia fazer, quanto tempo ia ficar e se eu tinha a carta de confirmação da escola. Só isso. A moça que falou comigo foi até bem simpática.
A famosa cabine vermelha
Um problema que enfrentei logo que cheguei aqui, e que ainda estou enfrentando, foi com relação à minha mala. Ainda no aeroporto de Madri, me avisaram que minha bagagem se encontrava lá, e chegaria junto comigo da segunda. Mas aparentemente não chegou. Fiquei por duas horas tentando encontrá-la e nada.
Cansada, faminta, implorando por uma cama e imaginando entrar em um carro quentinho para seguir para a casa da minha tia. Foi exatamente desse jeito que pisei no saguão de desembarque do aeroporto de Londres. Mas ver minhas primas e minha tia lá na frente, me esperando, deu-me a sensação de estar em casa, de que o pesadelo finalmente havia terminado.
Bom, quanto ao carro que eu estava esperando, a realidade foi bem diferente: voltaríamos para casa de metrô. Os meus tios tem carro, mas o que acontece é que aqui é muito complicado dirigir. Primeiro porque no inverno o trânsito fica mais caótico ainda, demoraria um século. Depois porque os estacionamentos são uma fortuna, isso quando encontra-se lugar para estacionar. E qualquer errinho no trânsito é sinônimo de multa; aqui todas as ruas são vigiadas, é um big brother mesmo.
Uma hora e meia de metrô e ainda teríamos que andar um pouquinho. Tava um friiiio! Enfrentei ne.
Chinatown
Na terça, eu e minha prima Laura voltamos ao aeroporto para ver se conseguíamos pegar a mala. Nada ainda. Muitas pessoas estavam lá para este mesmo fim, mas os funcionários faziam pouco caso, ninguém dava informação certa. Pediam que ligássemos para um número mas ninguém atendia. Voltamos irritadas e de mãos abanando.
Ontem, quarta-feira, foi o dia que mais saí. Fui almoçar num restaurante japonês em Chinatown, com Alice e tia Leônia; não gosto muito de comida oriental, mas comi mesmo assim. O prato era enooooorme! Depois fomos à Piccadilly Circus, seguido de Oxford St., onde tem lojinhas bem baratas e com coisas muito boas. Comecei a torrar meu dinheiro na Primark. Aqui começa a anoitecer às 16 horas, é muito estranho, parece que você não viveu o dia. E o tempo passa correndo por você.
Londres tem uma arquitetura muito bonita, antiga, mas é tudo muito novo pra mim, qualquer coisinha me chamava a atenção. A decoração de Natal está linda, mas notei que aqui eles não se prendem muito ao cristianismo nessa data, tudo é o consumismo. Na decoração você vê muito mais coisas relacionadas a filmes do que ao nascimento de Jesus. Falando nisso, minha tia falou que aqui está começando uma pequena perseguição aos cristãos.
Outra coisa ruim aqui é que as pessoas não gostam que você fique olhando muito pra elas. Acham que você está encarando, principalmente os negros. Não é preconceito da minha parte não, quem me conhece sabe, só estou relatando o que vejo. Tenho que me controlar, sabem como é turista, curioso com tudo.
Hoje voltei ao aeroporto para ver se conseguia minha mala, mas nada ainda. Disseram que  a entregarão  aqui em casa amanhã, tomara mesmo! Já to ficando craque em chegar no aeroporto, mas não quero ter que voltar lá de novo. Só pra voltar pro Brasil, claro.

Palace Road
Aeroporto de Londres
Aeroporto de Londres
Um funcionário árabe dando barraco na porta de bagagens
Piccadilly Circus

Chinatown
Meu almoço em Chinatown
Os patos assados que o chineses tanto gostam!
Propaganda de Natal de cunho cristão, tão linda!
Oxford St. - atrás os famosos ônibus vermelhos

3 comentários:

  1. Não conheço nenhum dos lugares que vc citou e nem sabia q os chineses gostavam de pato assado. Ai q horror. Espero q vc nao encontre nenhum cachorro assado. Amei essa propaganda de Natal... LINDA! E o q a sua tia quis dizer com perseguição aos cristãos? A Inglaterra é cristã, anglicana, mas cristã. Me conta esse babado depois hiahoahioaio Amo você!

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  2. Olá Ju! Aqui, é a Alice que se encontra junto a você na foto da Piccadilly Circus??? Ou é a Laura?

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